quinta-feira, abril 14, 2011

"Se ele nem sabe falar direito, como acreditar no que diz?"


Durante as aulas de português, fizemos uma discussão sobre o preconceito linguístico, que está muito presente na sociedade atual. Depois, Mariana e Vitória fizeram uma redação, enquanto eu (Luísa) e a Alexandra fizemos outra. Decidimos compartilhá-las:

Redação de Mariana e Vitória:
O preconceito linguístico e seus reflexos na sociedade
Existem vários tipos de preconceito, como o linguístico, radical, racial e, predominantemente, o social. Nós praticamos vários desses atos no dia-a-dia, muitas vezes sem sequer perceber o que ocasionamos. Na sociedade, as classes altas (a qual pertencemos) tendem a ter certa intolerância em relação à diversidade das classes sociais, julgando as mais baixas como inferiores.
Agora, por que fazemos isso?
O ser humano tem a necessidade de convívio social, mas ele já tem ideias pré-definidas, ou seja, ele busca nas pessoas os valores/padrões/etc. que estajam de acordo com aqueles de seu grupo social. Essa análise chega a ser feita automaticamente e, quando esses "requisitos" não são encontrados, ele parte para o preconceito. O capitalismo gira em torno da riqueza e, por estarmos expostos a esse sistema, nós também damos mais valor aos bens materiais, assim marginalizando as classes sociais menos favorecidas.
O preconceito linguístico está muito relacionado ao preconceito social, pois, de acordo com a forma que o indivíduo se expressa verbalmente, podemos definir se ele teve acesso à educação e assim classificá-lo como pertencente das classes altas ou relativamente baixas. Se ele pertencer a uma inferior, nós tendemos a marginalizá-lo, limitando suas oportunidades e dificultando sua vida. Essas ações promovem indiretamente a criminalidade, pois estes marginalizados acabam apelando para o crime e desvio a fim de serem reconhecidos na sociedade e manterem suas condições de vida toleráveis.
Como se pode observar, o preconceito traz consequências negativas tanto para o prejudicado como para o meio em que vive. Em geral, ele é o grande responsável pelos crimes e a violência. Por isso, a fim de melhorar as nossas condições de vida e acelerar o desenvolvimento, devemos combater este atraso.
O preconceito linguístico está presente no cotidiano de nossa vida em todos os ambientes, começando por nossa própria casa, onde somos expostos, pela primeira vez, aos ideais de nosso grupo. Para acabar com esse problema, é fundamental mudarmos nossa visão do mundo e do valor de cada pessoa. A mudança começa dentro de cada um de nós.

Redação de Luísa e Alexandra:
A diferença enriquece o povo!
A sociedade sempre conviveu com os mais variados tipos de preconceito. Antigamente ele era ainda pior do que nos dias de hoje, pois as pessoas, por não terem contato à quantidade de informação que nós possuímos atualmente, excluíam muito mais os pobres, negros e até mulheres. Hoje em dia, o preconceito diminuiu, mas ele ainda continua à solta por aí. Quem não se assusta quando vê alguém sujo e maltrapilho sentar-se ao seu lado no ônibus? Quem não se espanta ao ver dois homens ou duas mulheres se beijando?
Uma das formas de exclusão mais usadas é o preconceito linguístico. Só de ouvir alguém falando "nóis vai", já se pensa que o indivíduo é pobre. Se estiver falando com sotaque nordestino ou goiano, pior ainda. Esse preconceito é inevitável, pois ele já está relacionado com a pobreza, com a falta de escolaridade, com a cor da pele. As pessoas já têm uma base para excluir os que falam "errado": a pobreza. A maioria da população pobre não frequentou a escola. Portanto, não aprendeu a falar e a escrever seguindo a norma padrão. Todas essas pessoas têm o direito de frequentar uma escola de qualidade, mas não o fazem por falta de dinheiro e incentivo. Sendo "burros" e "pobres", quem vai prestar atenção neles?
A população tem que passar por um processo de conscientização. Geralmente, se exclui alguém porque ele ou ela não segue os padrões impostos pela sociedade. Isso tem que acabar, pois a diferença é quem enriquece a população.
Que graça tem em se viver em uma sociedade onde há somente homens brancos, ricos, cultos e bonitos? Temos que dar uma chance às muitas pessoas que estão bem na frente dos nossos olhos, mas não podemos ver seu potencial, pois há um preconceito que nos impede vê-las como boas oportunidades. 
 

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